Situada perto de Benquerenças, a apenas 6 km de Castelo Branco, encontra-se a encantadora aldeia da Azinheira. Classificada como “Interesse Municipal”, esta pitoresca povoação é constituída por pequenos edifícios de um e dois pisos, nove dos quais pertencentes aos requerentes. O estado de degradação da aldeia exige uma renovação profunda para a transformar numa aldeia turística, valorizando o turismo de Castelo Branco sem perder a sua essência. Um plano de recuperação global, em conformidade com os regulamentos, visa converter a propriedade em nove habitações - um T3, três T2 e cinco T1 - juntamente com vestiários para o pessoal, um refeitório comum e serviços adicionais. O forno comum existente será recuperado e será acrescentada uma pequena lavandaria e uma zona de arrumos. As casas terão 14 quartos, dos quais 12 duplos e 2 individuais. Um novo edifício acrescentará mais 12 quartos duplos, perfazendo um total de 26 quartos, um restaurante com capacidade para 20-30 pessoas e um salão polivalente para 50 pessoas. Uma vez que a aldeia carece de infra-estruturas, a Câmara Municipal de Castelo Branco comprometeu-se a desenvolver as ligações necessárias a Benquerenças, estando todas as novas construções alinhadas com estes planos. A Aldeia da Azinheira caracteriza-se pela construção em pedra de xisto e pela caixilharia exterior em madeira. A renovação manterá estes materiais para preservar o carácter da aldeia, enquanto os materiais interiores contemporâneos garantirão conforto e qualidade. O novo edifício, concebido de forma a harmonizar-se com o existente, apresentará paredes de pedra de xisto no piso térreo, mantendo o carácter distintivo da aldeia. Situada a sul da freguesia de Benquerenças, a aldeia da Azinheira é constituída por um pequeno aglomerado de casas, na sua maioria em ruínas, com um ou dois pisos, predominantemente construídas em xisto. As construções dispõem-se ao longo de dois caminhos que se cruzam no sentido Norte-Sul e Este-Oeste. A paisagem que envolve a aldeia é maioritariamente composta por pinheiros, azinheiras, bétulas, oliveiras e azevinhos. É de salientar que a arquitetura mantém uma relação estreita com o meio natural, que forneceu as matérias-primas utilizadas na construção dos edifícios, fazendo com que, muitas vezes, estes se integrem perfeitamente na paisagem. Na aldeia da Azinheira, as casas foram adaptadas não só à divisão das propriedades, mas também às condições orográficas e à qualidade do solo, deixando livres e ligados às habitações os caminhos comuns, alguns pátios e pequenos eidos. Os materiais utilizados nas coberturas eram a telha de barro, a laje de xisto e o colmo. O xisto era também utilizado para construir os muros e as fachadas das casas. Na construção das paredes, foram também incorporadas pedras de rio, alternadas com blocos de xisto dispostos horizontalmente, que foram depois colados com argamassa de barro vermelho de origem local. Os blocos de xisto de maiores dimensões foram empregues em cantos, vergas e caixilhos de portas e janelas, sendo as partes inferiores das paredes frequentemente constituídas por lajes colocadas verticalmente. As fachadas apresentavam tipicamente uma porta de acesso e uma ou mais janelas. À volta destas aberturas, era evidente o cuidado na aplicação de rebocos e cal. No entanto, alguns edifícios, apesar de se encontrarem em mau estado de conservação, apresentam sinais de terem sido totalmente rebocados, o que poderá representar uma fase posterior da história da aldeia, com o objetivo de proporcionar uma melhor proteção contra o frio e melhorar as condições de vida. Os interiores de algumas casas, muitas vezes mal iluminados, centravam-se em torno de uma sala comum com um canto para uma lareira utilizada para cozinhar no chão. Em muitas casas, a ausência de chaminé provocava um escurecimento generalizado das paredes interiores. Os quartos de dormir, ou alcovas, eram pequenos e concebidos para acolher várias pessoas, como era comum na maioria das aldeias portuguesas, pelo menos até meados do século XX. A aldeia da Azinheira, como muitas outras na região da Beira Baixa, caracterizava-se por um forte sentido de comunidade. Ainda se encontram vestígios de elementos importantes para a sobrevivência da população, como um poço, uma fonte e fornos comunitários.